2010-01-01

CMI - Reforma Urbana

Joviano Mayer, das Brigadas Populares e coordenador da Ocupação Dandara

Mayer estimulou o público presente a entender a cidade e compreender as contradições que ela nos apresenta. Diagnosticou a enfermidade social pela qual ela passa, carecendo de que nos aprofundemos em sua patologia, para propiciarmos um tratamento adequado para sua cura.

Informou que 80 a 85 % da população nacional vive, hoje, na cidade. Assim, a cidade se tornou um grande negócio para o capitalismo. Para constatarmos isto, podemos ver que as grandes obras não visam o benefício da classe trabalhadora, a menos que, antes ela privilegie a classe dominante.

Detetou que ninguém ganha pelo tempo que chacoalha num ônibus a caminho do trabalho. No entanto, digo eu, quem sofre um acidente neste percurso, deve ser considerado como acidente de trabalho, pela legislação ora em vigor. Talvez seja o caso de se encaminhar um processo à justiça visando incorporar este tempo ao período de trabalho e ao salário!

Salientou que, ao lutarmos por nosso direitos, acabamos entrando em luta contra o Estado, que, na prática, tem por função defender o direito do capital explorar a tudo e a todos, apesar de que, na teoria, se diga exatamente o contrário.

Enfocou a Reforma Urbana sobre quatro ângulos: estrutural, efetividade, popular e desafios:

Estrutural: Devemos modificar as estruturas, atacando suas contradições. O estado de MG tem 600.000 famílias sem moradia e em BH, 55.000. Os imóveis desocupados devem ser destinados para a população sem teto, como prevê a legislação, dando uma função social para a propriedade. Modificar o modelo que se fundamenta no transporte individual e não o coletivo, fazendo com que a cidade seja construída para atender prioritariamente ao veículo e não às pessoas.

Efetividade: Não queremos mais direito à moradia e a outras coisas. Queremos a moradia e as coisas às quais temos direito!

Popular: A Reforma Urbana deve ser feita com a cara do povo, de baixo para cima e não o contrário. A especulação imobiliária é a pior face do capitalismo, já que não gera emprego algum.

Desafios: Formar lideranças. Superação do institucionalismo (falso participacionalismo). Cooptação de lideranças pelos governos ou pelos capitalistas. Superação do localismo. Construção da unidade entorno de um projeto estratégico de luta.

Discordou do prof. Fajardo, que pretende a volta para o campo. Defende que a cidade deve ser melhorada, para permitir que outros venham encontrar nela a felicidade que é possível e pela qual se vem lutando.

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